REFORMA POLÍTICA JÁ
Na minha visão existem, pelo menos, dois pontos primordiais que essa reforma política precisa tocar. São eles:
1) Diz respeito ao financiamento da campanha eleitoral. Pois, salta aos olhos que o financiamento da campanha eleitoral por pessoa jurídica privada gera a distorção em que uma pseudo-democracia cede lugar para a ditadura do poder econômico, ou alguém é ingênuo de achar que empresas, principalmente empreiteiras e bancos, vão doar milhões para financiar a campanha de um político não esperando nada em troca? Essa é a causa da inter-relação promíscua entre os políticos e os financiadores de suas campanhas, raiz desta corrupção que grassa entre nós. Desde a era Collor que isso tem sido revelado e nada se faz. É óbvio que não vai haver interesse desses políticos que estão aí, e que têm sido beneficiados com esse processo corrupto. Essa iniciativa deve ser do povo, nos moldes do que aconteceu para a aprovação da Lei da Ficha Limpa. Caso essa tão necessária reforma não aconteça, vai continuar essa farsa em que o cidadão de bem é manipulado pela falsa indignação daqueles que pretendem ser os corruptos da vez.
2) Outro ponto vulnerável é a questão da fidelidade partidária. Ela não pode ser uma imposição que impeça o representante, de qualquer dos poderes, de lutar para fazer valer os compromissos assumidos com as suas bases. Portanto, ela não pode ser de cima para baixo, nem pisotear a Constituição que garante que ninguém pode ser impedido de agir de acordo com a sua consciência. Não deve ser um rolo compressor, que não respeita as minorias. A seguir, um “grito poético”:
FIDELIDADE PARTIDÁRIA
Fidelidade partidária
Não confundam companheiros
É fidelidade aos princípios
Filosóficos e doutrinários
Não é fidelidade aos homens
Que dirigem o partido
Quando se desviarem
Do compromisso assumido
Não é fácil, todavia,
Tomar uma posição
É agir com consciência
E não com o coração.