No desempenho da sua missão, Cristo
foi um exemplo vivo de NÃO CUMPLICIDADE com as obras infrutíferas das trevas.
Viveu em constante conflito com as autoridades de Sua época. Destemido, Ele não
hesitou em denunciar a hipocrisia da lei e em defender os direitos dos
subjugados e oprimidos pelos poderosos.
Cristo foi um elemento perigoso para
a sociedade do seu tempo, ao ponto de O assassinarem, após submetê-lo à tortura
cruel.
Para Cristo, preciosa é a pessoa
humana, criada a imagem e semelhança de Deus, e não as muitas riquezas e
palácios deste mundo.
Foram alvos da Sua atenção e do Seu
amor: as crianças, os leprosos; os coxos, os cegos, os surdos, os mudos, os
doentes e os pobres.
Em Tiago 2:5, temos a revelação de que
Deus fez opção pelos pobres para herdeiros do Seu reino. Dessa forma,
entendemos porque Jesus exortou o moço rico dizendo: “Vai, vende tudo que tens,
dá aos pobres e terás um tesouro nos céus...”
No cumprimento do seu ministério,
Cristo agiu com autoridade, sempre que se fez necessário. Porém, alguns
cristãos, condicionados ao comodismo, tentam justificar suas atitudes tomando
como base a passagem bíblica contida em Isaías 53:7, a qual revela-nos que
Jesus, embora tenha sido oprimido e humilhado, por ocasião do seu julgamento, e
quando levado para a cruz, “não abriu a Sua boca. Realmente, Jesus foi manso
como uma ovelha. Porém, isso somente com relação ao cumprimento do plano de
Deus, relacionado ao Seu sacrifício no calvário. Pois, certamente, não foi com
mansidão e calado que expulsou os vendilhões do templo; censurou e advertiu os
escribas e fariseus, chamando-os de “raça de víboras, hipócritas”, comparou-os
aos “sepulcros caiados”; a Herodes Jesus chamou de “Raposa” (Lc 13:32). Enfim,
sempre agiu com coragem em oposição aos iníquos.
Deus não criou o homem para ser explorado,
humilhado e desrespeitado em seus direitos de viver com dignidade. Todavia,
como imitadores de Deus, não temos seguido o exemplo de Cristo. Porém, não
podemos nos acomodar às situações de injustiça que nos cercam. Existe um clamor por Justiça e Paz em nosso
país. A violência grassa de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Quando falo em
violência não me refiro apenas à violência física. Querem violência maior que a fome num país com
tantas terras, como o nosso? Querem
violência maior que o desemprego e a miséria imposta aos trabalhadores, como conseqüência
de um modelo econômico excludente e genocida, forjado para privilegiar
vagabundos que vivem de renda, ao invés de favorecer a economia do setor produtivo,
voltado para a criação de riquezas efetivas, que geram emprego e renda para o
povo? Os cofres dos bancos estão abarrotados de grana, mas não comemos papel...
(Ver a diferença entre o modelo econômico monetarista e o desenvolvimentista).
É flagrante a hipocrisia dos que
estão nos postos de comando da nação e nos parlamentos dizendo-se representantes
do povo de Deus. Enganam os cidadãos com esse engodo de que são a favor da vida
apenas porque são contra o aborto, mas NÃO SE IMPORTAM COM A VIDA DOS QUE JÁ
NASCERAM.
Como embaixadores de Cristo devemos
nos posicionar contra as injustiças e pela paz, contra a corrupção, que não se
restringe ao pagamento de propinas. Desse assunto trataremos em outro texto.
Vamos reagir, “porque Deus não nos
deu espírito de temor, mas de fortaleza...”