Farei
uma análise de alguns dados divulgados, do relatório do IBGE, Pnad 2013, que
refletem a atual situação do trabalhador brasileiro:
1) Destacou-se a ambivalência entre o baixo
crescimento econômico e o aumento do rendimento médio dos brasileiros. Confira
a matéria aqui.
Penso que o crescimento da renda média, nesse contexto de baixa produtividade, tem sido favorecido pelas políticas
sociais do governo. Pois, mais dinheiro nas mãos do povo promove o aquecimento da
economia, que traz benefícios a todos, em cadeia. É o comerciante que vende
mais, e contrata mais trabalhadores. É a indústria que precisa crescer para
atender a demanda. E por aí vai.
2) Agora vamos para a análise de outro dado, para
compreender a situação geral. Esse também relacionado à contradição, nesse
caso, entre a abaixa produtividade/baixo crescimento econômico e a redução do
índice do desemprego. Confira aqui.
Isso parece paradoxal, mas não é fruto de nenhuma
mágica.
Dois
fatores contribuem para esse fenômeno. O primeiro está relacionado ao dado que
citamos anteriormente, que é o fruto das políticas sociais do governo, que,
obviamente, contribuem tanto para fazer crescer a renda do trabalhador, quanto
para reduzir o nível do desemprego; o segundo resulta de uma política de
desvalorização de parcela da classe trabalhadora, uma espécie de nivelamento
por baixo, ou neoescravização, imposta pelo neoliberalismo. Trocando em
miúdos: Dividem a renda digna de um trabalhador pela de dois ou três
trabalhadores mal pagos.
São
muitos os trabalhadores que têm sentido na pele a covardia desse sistema,
corrupto em sua essência. Coitados dos aposentados, que ganham mais de um
salário mínimo, e estão vendo seus parcos recursos minguarem cada vez mais...
Esse processo de nivelamento dor baixo,
de parcela dos trabalhadores, fica muito bem evidenciado em mais dois dados,
também divulgados no relatório do IBGE. São eles:
1) Diz o IBGE: Cresce volume de trabalhadores que
ganham menos de um salário. Confira aqui:
2) Renda do 1% mais rico cresce mais que a dos mais
pobres... Confira aqui:
Fica claro, portanto, que a decantada
redução da desigualdade acontece apenas entre a grande massa de trabalhadores,
num processo de nivelamento, que garanta tanto os ganhos dos que estão no topo
da pirâmide, como algumas migalhas a mais para os mais miseráveis.
E se fosse comparado o tão alardeado
aumento da renda do trabalhador com os lucros dos banqueiros? Mas isso
eles não fazem...
Conclusão: benditos sejam os programas sociais do
governo, sem os quais estaríamos numa situação mais difícil ainda. E, maldita
seja a covarde política econômica neoliberal, que o governo Dilma insiste em
praticar.
Será que para promover o desenvolvimento do Brasil
a única saída para o governo é se submeter às regras impostas pelas elites
financeiras e empresariais? Não creio...
Insisto em sugerir ao governo que dê reajustes
dignos aos trabalhadores, da ativa e aposentados, que permitam a retenção de
parcela, para a criação de um fundo, para que os trabalhadores possam com ele
investir, em parceria com o BNDES, no crescimento real do Brasil, do ponto de
vista de quem precisa de emprego e renda, para sobreviver com dignidade.
Chega dessa política de submissão aos interesses
alienígenas...
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