REFORMA POLÍTICA JÁ
Revelação foi feita pela jornalista
Eliane Cantanhêde, que tem bom trânsito no ninho tucano; ela especula até que
José Serra poderá vir a ser vice de Eduardo Campos, numa chapa capaz de
fortalecer o governador pernambucano em São Paulo; aproximação ocorre
justamente no momento em que o ex-governador paulista cogita deixar o PSDB e
tem convite para entrar no PPS, que já hipotecou seu apoio a Campos.
247 - A jornalista Eliane
Cantanhêde, uma das mais próximas do PSDB, fez uma revelação de alto impacto
político em sua coluna desta quinta-feira, na Folha de S. Paulo. Segundo ela, o
governador pernambucano Eduardo Campos teve um encontro secreto com o
ex-governador paulista José Serra, dias atrás. Diz ela ainda que um poderá ser
vice do outro e a aproximação ocorre justamente no momento em que José Serra
cogita deixar o PSDB, insatisfeito com a entrega de todo poder ao senador
mineiro Aécio Neves. Serra tem convite de Roberto Freire, presidente do PPS,
para se mudar de mala e cuia. Leia abaixo:
Campos e Serra
BRASÍLIA - Um dado
relevante da pesquisa CNI-Ibope sobre a popularidade da presidente é o período
de campo (minado para a oposição): os eleitores foram ouvidos de 8 a 11 de
março, ou seja, exatamente em cima do Dia da Mulher e do pronunciamento em que
Dilma anunciou, em tom de campanha, pela TV, o fim de impostos da cesta básica.
Deve ter sido coincidência...
E um resultado muitíssimo relevante é
que a popularidade dela subiu fora da margem de erro e bateu em 85% no
Nordeste, região muito populosa, que rendeu votações decisivas para Lula e
Dilma e é fundamental para a candidatura Eduardo Campos. Com 85% de Dilma, ele
tem pouca margem para trabalhar. E, sem o Nordeste, pode ir tirando o cavalinho
da chuva.
Enquanto Campos tenta se viabilizar e
Aécio debate tecnicamente o esfarelamento da Petrobras, a agenda de Dilma é
concreta e simbólica, ao mesmo tempo: foto e sorrisos com Francisco, o papa
"dos pobres"; redução na conta de luz e no preço do prato que vai à
mesa dos brasileiros todo santo dia; pesquisas que demonstram força e sossegam
aliados afoitos; ministérios para os partidos; muitas viagens ao Nordeste.
Essa estratégia, aliada à imagem de mulher
firme, mantém a presidente como favorita. Não evita, porém, a ameaça do segundo
turno, que é sempre uma pedreira - e custa caro.
A ameaça é bastante real, com Aécio
prometendo grande votação em Minas, Campos abrindo uma cunha no Nordeste,
Marina acolhendo os "sonháticos" e Gabeira embalando o voto
"cult", sem falar que Chico Alencar (PSOL) pode criar uma opção para
o que resta da esquerda pura.
Ah! Por falar nisso, José Serra e
Eduardo Campos se encontraram sigilosamente em São Paulo. E não foi para falar
de flores. Já tem gente até sonhando com uma chapa geográfica e sinuosa: Campos
e Serra. Em política, nada é impossível.