UM TEXTO INTERESSANTE DE SÉRGIO CRUZ:
BARBOSA AVALIZA CALÚNIAS DE MARCOS
VALÉRIO CONTRA LULA
Presidente do Supremo extrapolou as atribuições do seu cargo e colocou outra vez o STF numa situação difícil.
O ministro Joaquim Barbosa usou sua posição de presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF) para insuflar a matilha de golpistas de plantão,
dando guarida às aleivosias inventadas por Marcos Valério
contra o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Ele
declarou que as calúnias de Valério contra Lula devem ser investigadas, o
que rendeu manchetes garrafais da mídia golpista.
Nunca houve
um presidente do STF – nem o recém aposentado Ayres Britto - que, diante
das declarações de um elemento que, depois de sete anos, no desespero,
acusa, sem nenhuma prova, um homem sabidamente honrado, com serviços
prestados aos país, e ex-presidente da República, se rebaixasse a essa
atitude de chicaneiro, remexendo desabridamente no lixo moral.
As
declarações de Marcos Valério, um caixa dos tucanos que, infelizmente, o
PT não repeliu a tempo, são tão absurdas que até o ex-deputado Roberto
Jefferson, que todos sabem que não morre de simpatias por Lula nem pelo
PT, sentiu-se obrigado a dizer que "o carequinha não tem a menor
credibilidade para atacar o presidente Lula".
Parecem ter razão
os que, antes de sua posse como presidente do STF, questionaram se
Barbosa tinha o equilíbrio para tal posto, formalmente o quarto da
República. Naturalmente, se Barbosa não tem equilíbrio para ser
presidente do STF, também não o tem para ser ministro.
Além do
comportamento pouco próprio de um juiz em público, além do desrespeito
permanente a colegas – inclusive de subestimação, especialmente quando
são mulheres - Barbosa já vem colocando o STF numa perigosa rota de
colisão com o Poder Legislativo, ao impor que o Supremo decida sobre as
cassações de mandatos dos parlamentares condenados na AP 470, uma
prerrogativa que é do legislativo, consagrada explicitamente e com todas
as letras na Constituição Federal.
Com mais essa atitude, onde
um prejulgamento absurdo, ou seja, um preconceito raivoso, se sobrepôs
ao decoro, demonstra que não reúne as mínimas condições de integrar e
muito menos de estar à frente do STF. O desrespeito à Constituição
Federal é caracterizado como crime de responsabilidade quando cometido
por quem tem o dever de zelar por ela. O artigo 52 da Constituição é
claro ao definir que crimes de responsabilidade cometidos por membros do
STF devem ser julgados pelo Senado Federal, que tem o poder de remover
os juízes incapazes de conduzirem-se adequadamente no cargo. Aliás, a
lei 1.079/50, define com um dos cinco crimes de responsabilidade em que
podem incorrer os ministros do STF, precisamente, o "proceder de modo
incompatível com a honra, dignidade e decoro de suas funções" (artigo
39, item 5).
Não há nas reportagens nenhuma prova apresentada
pelo denunciante. Defender, como fez Barbosa, que o Ministério Público
deva abrir uma investigação para apurar as declarações de Valério, sem
nenhuma prova contra o ex-presidente, é no mínimo uma irresponsabilidade
funcional. O jornal afirma que teve acesso à íntegra do depoimento,
assinado pelo advogado do empresário, o criminalista Marcelo Leonardo,
pela subprocuradora da República Cláudia Sampaio – por coincidência,
esposa do procurador Gurgel - e pela procuradora Raquel Branquinho. O
vazamento, portanto, foi patrocinado por uma dessas pessoas.
Os
ministros do Supremo, à época em que surgiram as primeiras notícias
sobre o depoimento, receberam as informações com cautela e alertaram que
as declarações não deveriam mudar o julgamento. Aliás, esse depoimento,
por inverossímil, nem foi juntado ao processo. Com o vazamento do
depoimento para a mídia, Barbosa decidiu mudar de opinião e colocar
lenha na fogueira dos golpistas.”
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