Uma
ex-tucano que caiu na real é o depoimento lúcido e oportuno de Ester de
Albuquerque Neves, cristã que sabe olhar a política pela ótica da fé e,
portanto, reconhece que a vida é dom maior de Deus.
Para
o atual governo a vida não tem valor, exceto a de uns poucos privilegiados.
Interessado em salvar a estabilidade do Real a qualquer custo, pois disso
depende a sua reeleição, FHC não se importa com a instabilidade da nação. O
povo empobrece a olhos vistos, há mais famílias sob os viadutos, mais crianças
na rua, a educação é um descalabro e a saúde anda muito doente.
O
governo tucano penhorou o Brasil. Toda a sua política econômica está centrada
em captar o capital especulativo que, como ávidos piratas, roda o mundo todos
os dias, via computadores, em busca de aplicações que lhe rendam mais juros.
Assim o Brasil virou uma roleta de cassino. “Façam seu jogo! Façam seu jogo!”,
grita o governo.
O
Real é uma moeda política, sem lastro em nossa produção e riqueza nacionais.
Por decreto, mantém certa paridade com o dólar. Isso permite ao Brasil importar
produtos estrangeiros e vendê-los aqui a preço mais barato que os nacionais.
Resultado: 400.000 agricultores pequenos e médios já foram à falência durante o
governo FHC; em 1997 cerca de 6.000 bares e botecos foram fechados em Belo
Horizonte; inúmeras indústrias brasileiras despedem seus empregados e cerram
suas portas.
Agora,
com o pacotaço de novembro, o governo tucano enfia o bico mais fundo no bolso
do consumidor e do contribuinte brasileiros. Vamos pagar mais impostos e mais
caro pela gasolina, o que significa aumento de todos os produtos, já que
dependem do transporte rodoviário.
Leiam
com atenção este texto de Ester de Albuquerque Neves. Numa linguagem simples e
testemunhal, ela nos dá um depoimento comovente e sério a respeito de seus
compromissos políticos, relatando porque abandonou as fileiras tucanas. Assim,
adverte ao eleitor a não cair no mesmo erro. Sobretudo não votar contra si
mesmo nas próximas eleições, reelegendo esses políticos que, depois de abrirem
as mãos para mostrar cinco prioridades sociais simbolizadas nos cinco dedos,
fecham o punho e dão-nos um soco nas costas.
Frei
Betto
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